Incêndio de grandes proporções destrói a região da Serra Negra
Já são mais de 150 hectares totalmente queimados em 10 dias de incêndio

Postado em: 17/08/2021
Desde o último dia 7 de agosto, a região da Serra Negra, em Patrocínio, está pedindo socorro em decorrência de queimadas que afetam os 400 hectares de vegetação e nascentes de águas minerais e também sulfurosas.
No início dos incêndios, o corpo de bombeiros foi acionado, mas não se deslocou ao local. O mesmo morador que chamou a corporação no dia 7, também ligou no dia 12 para dizer que o incêndio havia tomado proporções maiores e, mesmo assim, nada foi feito por eles.
Agora, pelo tamanho da área atingida e pelo local, somente aeronaves são capazes de apagar o fogo na região, ou seja, a situação saiu do controle pelo simples fato de ter sido negligenciada pelas autoridades competentes.
De acordo com um morador local, caiu uma chuva branda na região na ultima noite, o que amenizou um pouco a situação, mas ainda existem vários focos de incêndio no local.
A região de Serra Negra é riquíssima em biodiversidades considerada um dos últimos vestígios de Mata Atlântica, onde se mistura com o Cerrado, além de ter uma imensa área com grande potencial ambiental, de lazer e com inúmeros recursos hidrominerais.
A região pertence atualmente as mineradoras Mosaic e Yara Fertilizantes que, até o momento, não tomaram nenhuma ação prática para combater o incêndio que já afetou mais de 150 hectares. Acredita-se que a inércia por parte deles seja porque não há um Plano de Contingência e equipe preparada para esta ação.
Outro ponto importante a ser citado é que as duas mineradoras precisariam ter transformado esta área em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (PRRN), mas que, até então, isso não ocorreu e ninguém sabe o porquê. A RPPN é uma unidade de conservação (UC) de domínio privado, gravada com perpetuidade na matrícula do imóvel, com o objetivo de conservar a diversidade biológica, proteger os recursos hídricos, o manejo de recursos naturais, desenvolver pesquisas cientificas, atividades de ecoturismo, educação, manutenção do equilíbrio climáticos e ecológico, bem como a preservação de belezas cênicas e ambientes históricos. O que até agora não ocorreu por parte das duas empresas.
O que está acontecendo é, no mínimo, negligência e omissão, por parte das mineradoras e das autoridades locais e regionais. Muito se fala, mas nada se faz. E o pior, enquanto correm de um lado para o outro sem saber o que fazer, toda região da Serra Negra está morrendo queimada.
Em primeiro lugar e preciso apagar este incêndio de grandes proporções, sem seguida cobrar das mineradoras o Plano de Contingência e, pós o controle da situação, saber onde está o processo que transformar essa área em uma RPPN!